terça-feira, 25 de setembro de 2012

Arco-íris e borboleta



As cores do arco-íris são a solução, 
pois trazem elas a cura 
de toda dolorosa emoção.
Compõem, juntas, uma única luz -
a branca- a real purificação.
E, se volteia ao redor do arco-íris 
uma borboleta irrequieta,
mostra no seu volteio que é afeta
à cor, à luz que inspira o poeta.
Difícil dissociar arco-íris de borboleta,
ambos provocam olhares admirados;
ambos trazem à lembrança
que, um dia, cada um foi uma criança
e deixou naquele tempo, abandonados,
seus desejos e alegria sonhados.
Que tal poder olhar e hoje reconhecer,
não deixar arrefecer,
o que é pelo arco-íris despertado;
relembrar o sonho, acreditar na renovação,
enxergar na colorida borboleta 
a ideia de bela transformação
e que tudo, ainda que temporário,
traz a tão desejada evolução?

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Equívoco?

Quem te vê  por aí acha que és sempre feliz,
com esse sorriso estampado no rosto.
Não sabe que, às vezes, é o oposto
do que estás por dentro a sentir.
Não sabe que o sorriso é disfarce
para a dor que te acompanha há tanto tempo,
não sabe que nessas horas, por teu gosto,
de teus lábios só sairia lamento.
Mas se te pões a sorrir não é falsidade,
é apenas uma forma que encontraste
para conseguir conviver com tua realidade.
Pois, de fato, na verdade,
não és mesmo todo o  tempo assim.
Sabes que também existe em ti
a alegria por simplesmente existir
e até em muitas vezes te esqueces
de que em ti existe o sofrer,
até consegues crer
que és passível de ter
o direito de feliz viver.
E assim levas tua vida,
ora sofrendo calada, a sorrir,
mostrando alegria mesmo ferida,
ora exibindo no sorriso
o que estás verdadeiramente a sentir.
Quem te vê por aí, então,
nem sabe que teu coração
alterna alegria e tristeza.
Por enxergar a aparência,
fica apenas com a certeza
de que és feliz todo o tempo...

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Somos muitos, somos um

Expressam-se alguns com maestria
e conseguem transmitir com tranquilidade
o que imaginam, intuem, raciocinam.
Entretanto também há os que têm dificuldade
até de repetir o que bons mestres lhes ensinam.
É do ser humano essa variedade
e não há o totalmente certo ou tampouco o errado.
O que existe é a humana complexidade,
a beleza de sempre se ter ao lado,
outro ser ao mesmo tempo plural e singular.
Pois se somos muitos, também somos um,
a caminhar, tantas vezes para lugar nenhum,
vazios de esperança, cheios de decepção.
Levando, todos, entretanto, sem exceção,
o desejo tão humano, tão comum,
de sentir paz, amor e compreensão...

Um dia, um por-do-sol na Marginal...