Ontem à noite me vinha à cabeça um verso de uma que escrevi em 2010 "...o tempo das cruzadas já passou..."
Não conseguia me lembrar do resto, então procurei e hoje a localizei nos meus arquivos.
Para mim, foi muito forte e importante naquele momento!
E, como veio tão forte em minha mente ontem, me ocorreu que agora é a hora de divulgar ao "universo". E penso que o meu universo é você que me lê...
Se a dor te
confrange o coração,
abre-te à
possibilidade da consolação.
Tudo o que se
quebra pode ser consertado,
mesmo que
exiba a marca de colado.
Construíste
ao teu redor uma armadura
com o fim de
proteger uma alma tão pura,
mas tiveste
que enxergar não ser ela suficiente
para te
manter inatingível eternamente.
Mesmo
armaduras de ferro devem ser despidas
e então
revelam o conteúdo existente:
por vezes
denso e forte, por vezes delicado e
frágil.
Hoje te sentes
atingida no teu ponto mais sensível
e tens
dificuldade em te entregar, admitir que sofres.
Permite a ti sentir, admite que o sentido
é a expressão
do que te vai no coração:
nada existe
que não possa ser curado,
nada existe
que não possa ser consertado.
É necessário,
entretanto, que seja admitido,
pois o que
fica no interior, escondido,
não permite
que possa ser sequer olhado.
Admite,
primeiro, a ti mesma a dor que sentes,
permite que
ela se manifeste em toda a sua plenitude,
mesmo que
penses não ser capaz de aguentar,
ou pior, que
a negues, dizendo a ti mesma
que não tens
motivo para chorar.
És guerreira,
filha, mas o tempo das cruzadas já passou,
já não tens
mais armaduras de ferro a teu redor.
Não cries
armaduras de dor, é pior!
Ao admitir
que és frágil e que precisas de ajuda
vários passos
terás caminhado em direção à cura.
Entretanto, cabe a ti começar a ti mesma ajudar,
dando o
primeiro passo em direção
aos que
querem te apoiar.
Talvez já
tenhas começado, quando te permitiste chorar
somente ao
ler a oração de uma mãe
como tu, por
seus filhos a clamar.
Tu pegaste
nas mãos deles para ensiná-los a caminhar,
agora que
aprenderam, libere-os, solte-os
e fique com
tuas mãos livres para as nossas segurar.
Tu és, para
nós, a criança que está aprendendo a andar!
Isto é tão
verdade que as lágrimas vêm a teus olhos assomar;
deixe-as
cair, fluir, estão tua alma a lavar...
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