Recados rimados...
À
beira-mar, vejo você embarcando.
Antecipa-se
em mim a saudade
ao ver o navio se distanciando,
ficando cada
vez menor, até sumir,
lá onde se
encontram o céu e o mar,
lá onde minha
vista
já não é
capaz de o alcançar.
Para onde
foi o navio?
Não sei,
mas sei que você continua nele,
como sempre,
tão lindo e brilhante!
E enquanto
digo: “Ele se foi”,
também sei
que há outros olhos
cheios de
amor,
vendo você
se aproximando,
e outras vozes
exclamando com alegria:
“Ele está
chegando!”
Quem se lembrará de mim
quando eu
não mais estiver aqui?
Alguém se
lembrará de ter me visto sorrir,
alguém se
lembrará de ter me feito chorar?
Quem há de
se lembrar?
E eu, o que
hei de sentir
quando não
mais estiver aqui?
De quem me
lembrarei,
o que, ou
quem, de fato,
está a se
impregnar em mim?
Tem sido
frequente eu pensar no partir,
em quando e
como se dará
a única
certeza da vida.
E todo dia,
ao acordar,
e me
perceber ainda aqui,
me disponho
a olhar,
com olhos
de despedida,
cada um
que passa por mim.
E,
silenciosamente, me perguntar:
“Será que
vou me lembrar de você,
será que
você vai se lembrar de mim,
quando eu
não mais estiver aqui?”
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| Josephine Wall |
