terça-feira, 19 de junho de 2012

Ela e a Festa



Ela aparece sempre, não importa a hora,
em seu rastro seguimos nós.
Todos desejosos de serem Ela,
ao menos de estarem na festa dEla.
Porém são poucos os convidados,
há que se demonstrar preparação.
Primeiro, é mostrar convite,
prova de que foi de fato chamado.
Em seguida, o autocuidado,
começando pelo traje apropriado.
Entretanto Ela é muito simples, 
não exige sofisticação.
Ainda que se use estopa,
não é a riqueza da roupa,
sua maior preocupação. 
Seu único desejo sincero
é que cada convidado leve
e use seu lado bom, sua melhor porção.
Isso sim garante a entrada,
a permanência e o desfrute
pelo tempo que Ela quiser,
a depender de cada um,
daquilo que na festa fizer.
Pois tudo o que Ela quer
é que não seja prêmio comparecer
ou castigo se da festa sair.
Cada ação, na verdade,
é feliz oportunidade,
para cada ser se desenvolver.
Ela, é claro, é a Vida,
sua festa, a Existência.
Os convidados somos nós, 
aprendendo sobre a impermanência...

terça-feira, 12 de junho de 2012

Homenagem ao Amor

É tão bom pensar, falar, sentir amor!
Amor doce, leve, sereno...
Amor de um para o outro, do outro para o um, 
amor pelo Um, amor por si só...
Que o dia seja pleno de amor para todos!
    

Ela para ele
Vem a brisa na manhã ensolarada
trazendo aroma de flor perfumada,
janela aberta, sente ela o sol na pele nua.
“ Me invade a alegria de ser tua!
É o dia tão radioso
que trouxe esse sentimento gostoso?
Ou ele já estava em mim
e despertou simplesmente assim?”
E tão envolta em calor e prazer,
já não lhe importa mais saber
se há motivo, causa ou porquê.
O que vale é a doçura que invade
e expulsa do peito a saudade.
“Depois de tanto tempo longe,
para mim uma eternidade,
tu chegaste, estás comigo,
brilhante, tão amigo!
E sinto a brisa leve e perfumada,
és sonho dourado e estou acordada...”

Ele para ela
Ele desenha na areia o nome dela
e é como se se abrisse uma janela
e entrasse o sol radioso.
Tudo brilha ao redor dos dois,
é tão grande a alegria sentida
que ele até se admira.
Afinal usar a areia como tela
foi homenagem singela
àquela que é luz de sua vida.
Assim o gesto tão amoroso,
tão gentil e carinhoso,
consegue torná-la mais bela.
E ele, assim como ela,
sorri simples ao olhar para a tela,
feita de areia com o nome dela...



terça-feira, 5 de junho de 2012


Algoz...?
Espreita na sombra o algoz
e prepara-se para o bote derradeiro.
Traz ele o olhar duro e feroz
por achar que é certo o que faz,
já que foi atacado primeiro.
Pensa que sua ação tem motivo justo,
foi por isso que planejou tanto.
Neste momento nada mais resta a fazer,
não há ninguém que o vai convencer
a deixar de se achar um justiceiro.
E ao pensar sobre essa história em particular,
será que se pode generalizar?
Haverá para esse ato punição?
Como saber a diferença, a medida
para distinguir castigo de reação?
Porque se hoje há algoz,
não houve antes outra condição?
Haverá resposta definitiva
para dirimir dúvida tão essencial?
Ficam as indagações,
que cada um reflita por si mesmo,
se e quando buscar por soluções...